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Contemplação do Excelente

05/11/2020 09:00 | DURAÇÃO 4:30

Notas do Episódio

CONTEMPLAÇÃO DO EXCELENTE Atravessamos na Terra, fase de dificuldades sem conta, nas áreas de cultura geral. Desconhece-se a estrutura da própria linguagem que se fala. Usam-se gírias ou expressões chulas que denunciam a pobreza dos falantes relativamente à formação cultural. Ignoram-se os fatos históricos que envolvem a sociedade em que se vive. Espalham-se infames zombarias, inventam-se lendas sem beleza e sem sentido, refletindo a pouca madureza social. Não se cogita de penetrar as razões desse ou daquele monumento, sentindo-se, tantos, impulsionados pelo instinto destruidor e vândalo, que, incapazes de compreender, por descaso, preferem pichar, destroçar ou poluir de modo drástico, o que encontram pela frente. O gosto pelas Bibliotecas, pelas salas de arte, por Museus, por Teatros e pela literatura excelente de todos os tempos, tudo tem ficado na retaguarda das preferências. Os desportos nobres e educativos ainda contam com poucos adeptos. Temos, ao revés, um quadro enorme dos que procuram os exercícios desportivos excitantes e violentos, que pouco ou nada acrescentam no âmbito das conquistas do Espírito. Encontram-se, com maior frequência, muitos que se ajustam a espetáculos pornográficos, do palco ou da tela, em franco deboche à sensibilizante arte. * * * Diante de tudo isso, precisamos com urgência de educação e de boas referências. O bom gosto se forma pela contemplação do excelente e não do sofrível, dizia Goethe, compreendendo com perfeição a construção do aprendizado na alma humana. Cabe aos pais e aos educadores mostrarem o excelente, preencher os educandos de boas referências desde cedo, se desejarem desenvolver neles uma cultura rica e útil. As crianças, os jovens, precisam estar mergulhados num caldo cultural que favoreça o desenvolvimento de uma massa crítica, que proporcione a contemplação do belo, que os ensine a pensar e a sentir. As grandes mídias estão repletas de um verdadeiro lixo cultural, se podemos chamar assim, porque nós, a grande maioria, consumimos isso. Aliás, a palavra consumo é uma das preferidas nos tempos atuais, inclusive invadindo áreas em que não há como se conjugar o verbo consumir, na essência, pois o que não é material, o que não é tangível, não se consome. Na verdadeira arte nada se consome. A arte se contempla, se admira. Ela alimenta a todos quando é instrumento do belo e do bem e nunca se acaba, pois o que se consome, se finda. Podemos consumir um CD, um arquivo de MP3, mas nunca uma bela música. É tempo de retirar as cascas e máscaras que criamos através de nossos vícios morais, e nos permitir enxergar tudo como realmente é. O que verdadeiramente importa para mim? Não sou um consumidor, sou um ser, e estou aqui para crescer moral e intelectualmente. Quero aprender com quem já esteve aqui, com a História do meu povo, com os grandes, com os missionários, com aqueles que deram a vida para que hoje tivesse o conforto de que desfruto. Estou aqui para me tornar mais sábio, não o sábio de Biblioteca apenas, mas o que tem condições de aplicar em sua vida tudo aquilo que aprende, que faz de seu conhecimento uma mola propulsora para que possa amar mais e melhor. Cultura e amor. Eis o que precisamos com urgência. Redação do Pense Nisso, com base no cap. Juventude e cultura, do livro Cântico da juventude, pelo Espírito Ivan de Albuquerque, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter.